SÃO PAULO, São Paulo - Os trabalhos de 81 artistas e coletivos estarão reunidos na 32ª Bienal de São Paulo, cuja exposição acontecerá de 10 de setembro a 11 de dezembro, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Sob o título "Incerteza Viva", os convidados apresentarão propostas de arte contemporânea relacionadas a tempos de grande entropia e contínua mudança. O ministro da Cultura, Marcelo Calero, adiantou-se ao visitar obras estruturais da bienal, durante agenda em São Paulo, esta semana.
Segundo o presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Luís Terepins, o diferencial dessa próxima edição está justamente na exploração desse momento de mudanças. "O mais relevante é que vamos transformar esta bienal em um momento de valorização da arte. Veremos a arte como elemento catalizador de mudanças e transformação do mundo", afirmou, na última terça-feira (28), em reunião com o ministro da Cultura.
Ao receber Calero, Terepins destacou importância da disponibilidade do representante do governo para o diálogo. Essa foi a primeira vez que um ministro da Cultura se reuniu com o Conselho Diretor da instituição. "É o início de um novo caminho, que se estabelece por meio do diálogo. Ouvir o Conselho da Bienal, conhecer as propostas do Ministério para os próximos anos, tudo isso é muito representativo. Isso demonstra um reconhecimento muito grande do ministro ao trabalho desenvolvido pela Fundação", elogiou Terepins.
O ministro da Cultura, por sua vez, indicou que a atenção às grandes entidades culturais representa o cuidado com a própria cultura nacional. "Existe no Brasil uma série de iniciativas culturais, como a Fundação Bienal, que pretendem ser esse arcabouço no qual está alicerçado a identidade nacional", avaliou Calero. "Hoje, o setor cultural sobrevive em situações improvisadas e isso não é mais possível, tendo em vista a relevância da área. A eficiência é um dos princípios constitucionais da administração pública, e é onde nosso trabalho está focado", defendeu.
Na ocasião, o ministro apresentou propostas de projetos para os próximos meses, como a elaboração de um estatuto da cultura, que seria "uma nova legislação, um novo marco regulatório legal voltado à solução de problemas enfrentados por alguns empreendimentos em relação a questões de ordem trabalhista, tributária e administrativa">
MASP
Em agenda que concretizou uma das atuais missões do MinC, a reaproximação com grandes instituições culturais brasileiras, Calero ainda visitou o Museu de Arte de São Paulo (Masp), na última quarta-feira (29). O ministro ouviu algumas reivindicações feitas pelo diretor presidente do Masp, Heitor Martins. Entre as medidas reivindicadas, está a melhoria do fluxo de obras entre museus nacionais e de outros países. Martins ponderou junto ao ministro sobre a necessidade de o governo avaliar a criação de uma isenção tributária para a importação de obras para os museus brasileiros. "Em geral, os impostos elevados praticamente inviabilizam a expansão do acervo, mesmo que as obras sejam doadas", disse.
Calero se mostrou sensível às questões apontadas pela direção do museu e reforçou que há um plano de se criar, em sua gestão, um arcabouço institucional para empreendimentos culturais icônicos no cenário brasileiro. "A ideia, ainda embrionária, é permitir que essas entidades possam desempenhar com mais desenvoltura o importante papel que têm na cultura nacional", indicou.
Fonte: MinC